sábado, 26 de julho de 2014

Festival Guarnicê de Cinema: "a premiação é ver e ser visto"

Festival é sucesso de público

Neste sábado, o Festival Guarnicê de Cinema encerra sua 37ª edição, e os premiados são os amantes do cinema. Desde segunda-feira, o público tem acompanhado o melhor do cinema local e nacional, apresentações de curtas e longas, no Cine Praia Grande, com entrada gratuita.O longa “Tatuagem”, de Hilton Lacerda, um dos quatro filmes convidados, abriu o evento. Premiado no Festival de Gramado em 2013, o filme também foi um sucesso de público em São Luís, atraindo uma multidão de espectadores e profissionais da imprensa, que lotaram a sala de exibição.
O diretor do Departamento de Assuntos culturais da UFMA, Professor Gersino dos Santos, destacou que o Festival Guarnicê de Cinema, o quarto mais antigo do país, atrai um número cada vez maior de apreciadores e cineastas. Para ir ao encontro das expectativas dos que acompanham o Guarnicê, as mostras deste ano foram programadas para o mês de julho, tendo em vista o período das férias escolares e o prolongamento dos festejos do Bumba-meu-boi. Ao falar sobre a participação de produtores locais, o professor se entusiasma: “Esse ano, nós temos o orgulho de dizer que a participação dos cineastas maranhenses foi brilhante, com treze filmes curta e dois filmes longa. Então, isso pra gente, é muito importante. E para o ano, o ano que vem, a gente quer permanecer com essa performance de um bom festival”.
A programação foi constituída por uma diversidade de produções, organizadas em mostras: a mostra francesa, o cenário Brasil, memória Guarnicê, a mostra cinefoot e as mostras competitivas.  Os longas de produção maranhense “O Exercício do Caos”, de Frederico Machado e  “Escolha seu caminho”, de Alcino Davenport, ambos lançados em 2013, exibidos na mostra competitiva, agradaram. Atraíram um público que lotou duas salas de exibição, o Cine Praia Grande e o Teatro Alcione Nazaré, no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho. 
Frederico Machado destacou a importância do Festival e a satisfação de ter o filme exibido na cidade: "O meu primeiro curta, que foi Litania da Velha [...] a primeira exibição que eu tive em termos de tela grande foi no Guarnicê, em 97 e ganhou cinco prêmios, o filme. E daí foi pra Brasília, foi pra vários festivais, foi pro Rio. Então, o Guarnicê foi em que eu comecei a minha carreira e em que começa a carreira de quase todos os cineastas maranhenses [...]. E pra gente que realiza filme a maior troca não é prêmio é ver e ser visto".
Com um trabalho voltado para a formação de plateias, os cursos ofertados pelo Guarnicê têm se tornado um meio alternativo para quem busca uma formação como roteirista, diretor, produtor de cinema. Neste ano, aqueles que acompanham o Guarnicê e conseguiram se inscrever nas oficinas puderam compartilhar dos trabalhos realizados pela Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ - PE) e pela Escola de Audiovisual Vila das Artes (CE), parceiras do Festival. A radialista Fátima di Francis, que participou da oficina de Montagem, fala de sua experiência: "O que me chama a atenção no Festival, que eu sempre participo, são as oficinas, que é justamente o motivo de a gente se qualificar. [...] Eu sou muito apaixonada pelo Guarnicê, por isso que eu fico cutucando a galera lá - Traz o Guarnicê de volta pra cá, pro centro histórico, porque aqui tem mais acesso a todo mundo [...].
Quem participa do Festival pela primeira vez também reconhece a importância do evento, como um espaço aberto para ver a diversidade de produções audiovisuais e ser visto a partir do que se produz. É o que afirma Roberto Pereira, diretor e roteirista do curta "O dono da capeira": "Eu acredito que seja uma oportunidade que se tem de exibir as produções [...] uma oportunidade importante porque aqui, no Maranhão, as coisas são muito difíceis, e pra todo mundo, ainda mais pra quem faz cinema [...]. São muitos desafios. Na verdade, esse filme que eu fiz, eu só consegui fazê-lo porque foi por conta de um concurso literário que transformou algumas obras em filme".
Hoje é noite de premiação, às 19h, no Cine Praia Grande, e tanto os cineastas maranhenses quanto os de outros estados compartilham de um agradável sentimento, por perceberem que os maranhenses também são bons amantes do cinema. 
Escrito por Joelma Baldez e Juliana Monteiro Vieira, da Redação Foca Aí!

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