terça-feira, 29 de outubro de 2013

Mostra Cine Mundi no Praia Grande


Programação da semana
Foto: Joelma Baldez

 A Mostra Cine Mundi estreou na segunda-feira (28), no Cine Praia Grande, com a exibição dos filmes "Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual", e "Pina". Nesta terça, foi a vez de "Postiche - Esposa troféu" e "Esses Amores". E até o dia 1º de novembro, os amantes dessa arte poderão assistir, na sessão das 18h e das 20h, a longas metragens que tratam de temas como amorsolidãodesafios do cotidiano. A produção local "Luíses, Solrealismo Maranhense", do Éguas Coletivo Audiovisual também fará parte da mostra e será exibido na sexta-feira, às 18h. O Cine Mundi faz parte da 8ª Aldeia Sesc Guajajara de Artes, e as sessões são gratuitas.




Confira a programação: 
                                      https://www.facebook.com/events/391973847601755/?fref=ts

Mural dos filmes do Cine Praia Grande
Foto: Joelma Baldez













"O nosso retorno é o público", enfatiza Carolina Aragão sobre a 8ª Aldeia Sesc

Entrevista com Carolina Aragão em 28/10/13
Carolina Aragão esclarece sobre a expansão do Guajajaras
Foto: Marcos Marcelo Martins

Com a abertura da 8ª Aldeia Sesc Guajajaras de Artes, a Ilha se tornou palco de atividades artísticas, sob o tema Multilinguagens e híbridas expressões na contemporaneidade. Para falar deste evento, a equipe Foca Aí entrevistou, nesta segunda-feira (29), Carolina Aragão, técnica de cultura do Sesc e membro da organização do projeto.




Carolina falou que o projeto, iniciado em 2006, faz parte da rede SESC de Intercâmbio e difusão de artes cênicas, em que estão inseridos, também, os projetos do departamento nacional – Palco giratório e Dramaturgia Leitura de Cena. Resultante de uma gestão compartilhada do Sesc Maranhão com os departamentos regionais de outros estados, esse projeto era desenvolvido como mostra da linguagem cênica, especialmente.

O trabalho, que se expandiu a cada edição, a partir desse ano, recebeu a nomenclatura Aldeia para representar o novo formato, atendendo a diversas linguagens artísticas. Quanto a esta mudança, Carolina destaca uma edição importante: “Esse formato de aldeia cultural só foi se configurar a partir de 2009 quando nós dividimos em núcleos: núcleo de artes visuais, núcleo de cultura popular, núcleo de artes cênicas, núcleo de cinema, núcleo de literatura”.

Aldeia é, então, o momento em que os projetos realizados pelo Sesc, durante o ano inteiro, são mostrados para o público. Fazem parte deste momento, além dos projetos do departamento nacional, o Sesc Circulando Cultura, presente em municípios  que não têm unidades do Sesc, como São José de Ribamar e Paço do Lumiar, e o Sesc Comunidade, presente em Raposa. A aldeia cultural também garante presença, este ano, em Açailândia e Imperatriz. “A ideia sempre é expandir, ampliar mais a programação, atender mais pessoas, mas pessoas que ainda não têm acesso a esses serviços” – revelou Carolina.

Assim como as linguagens, o público do Guajajaras também é diversificado, segundo Carolina, o que faz com que o evento seja muito aguardado: “O que a gente percebe é que existe muita ânsia de consumo por produtos artísticos, tanto que a mostra foi adquirindo, foi crescendo cada vez mais”. Por isso, o feedback desse público é um item avaliado a partir do número de atendimentos nas ações realizadas. “O que a gente chama de atendimento aqui – como o SESC ele não tem um retorno financeiro, são ações sem fins lucrativos, o nosso retorno, a nossa moeda é o público”, destacou.

A difusão nos meios de comunicação também é outro item que atrai a atenção do SESC, de acordo com Carolina: “A gente vai fazendo um levantamento de um clipping de todas as matérias que saíram sobre a aldeia, a gente também vai tendo uma ideia de qual foi a difusão, a amplitude dessas informações”. A representante do Sesc observa ainda que essas informações também se expandem pelas redes sociais, que tem tido importante papel na divulgação.

A edição 2013 elegeu a Praia Grande como espaço privilegiado para os oito dias do evento, dando continuidade à ideia de ocupação, que também foi adotada na Feira do Livro, da qual o Sesc foi co-realizador. Carolina enfatizou: “Um lugar que está ocupado com arte, com vida, com sorriso, com alegria é um lugar que está vivo”.
  
Para quem têm interesse em inscrever suas propostas, a técnica de cultura do Sesc, informou que basta ficar atento ao edital de cada edição: “Nós temos critérios de avaliação que partem tanto das nossas ações que realizamos o ano inteiro, o tipo de trabalho que o SESC defende, até porque o SESC tem, dentro do programa cultura, o que norteia a nossa programação sempre, a ação educativa”.

Quanto às expectativas para a 8ª edição, Carolina reafirmou: “O nosso retorno é o público, a gente só espera o público”. Finalizou entusiasmada: “Então, reforço o convite pra que todos possam prestigiar e aproveitar essa programação”.




Choro em um encontro inédito

Encontro dos chorões
Foto: Joelma Baldez

Domingo foi dia de choro na Praça Nauro Machado.  E os Focas estiveram lá para acompanhar o encontro inédito do Regional Tira-teima e o Instrumental Pixinguinha. Um público diversificado ocupou a praça e se encantou com o que ouviu, especialmente nas peças finais, quando os grupos tocaram o hino do Sampaio Correa e o clássico "Carinhoso". Confira algumas imagens:




Público diversificado
Foto: Joelma Baldez

Choro
Foto: Joelma Baldez
Emoção na praça
Foto: Joelma Baldez



Um fim de sábado com rock autoral

Banda Boys Bad News
Foto: Joelma Baldez
 O sábado terminou com rock autoral, contando com a presença da DJ Aritanna Varney e das bandas Boys Bad News e Fúria Louca, bandas maranhenses, na Praça Nauro Machado, no segundo dia da 8ª Aldeia Sesc. Um público jovem e alegre ocupou o espaço e a música era a linguagem que unia seus apreciadores, fazendo com que todos compartilhassem a mesma energia. Os Focas se fizeram presentes e ouviram a banda Boys Bad News, que ao meio-dia daquele sábado havia concluído seu clipe.

Confira: http://www.boysbadnews.com.br/

O público ocupando seu espaço
Foto: Joelma Baldez


Ocupação da Praia Grande pelo Rock
Foto: Joelma Baldez
Sandoval Filho (bateria)
Foto: Joelma Baldez
Domingos Thiago (vocal e guitarra)
Foto: Joelma Baldez
Emanuel Maia (baixo)
Foto: Joelma Baldez




Os Focas visitaram a Semana de Ciência e Tecnologia

26/10/13
Portal para o conhecimento, na "Cidade da Ciência"


Estudantes de instituições públicas e privadas,  professores, pesquisadores, artistas e visitantes formaram um bom cenário para a Cidade da Ciência, instalada no estacionamento do São Luís Shopping, entre os dias 21 e 26 de outubro. Com o tema "Ciência, Saúde e Esporte", o evento científico atraiu, para o local, segundo a FAPEMA, um público de 36 mil pessoas. Mostras de pesquisas em stands realizadas por diversas instituições, Planetário Móvel, Projeto Semente Digital, serviços de saúde e de atividades esportivas, agradou visitantes. E, a programação cultural conquistou e alegrou a todos ao fim da cada dia repleto de palestras, oficinas e minicursos. Os Focas marcaram presença e lançaram seus flashs.
26/10/2013
Corpo de bombeiros demonstra movimentos
corretos para escalada
26/10/13
Atividade de corpo de bombeiros atrai,
especialmente, as crianças




26/10/2013
O ritmo do Axixá envolve o público
26/10/13
Apresentação do Boi de Axixá cativa espectador especial

As atividades dos Focas

Em junho de 2013, período das manifestações que ocorreram em várias cidades brasileiras, inclusive em São Luís, os Focas se lançaram aos primeiros desafios: fazer registros fotográficos daqueles e de eventos seguintes em nossa Ilha. Considerando que ainda estávamos em fase de organização e definição de nossas atividades, os  trabalhos realizados não foram prontamente divulgados. Porém, temos a satisfação de anunciar que, neste mês de outubro, definimos, sem grandes dificuldades,  focos para nossos textos. Assim, estamos nos empenhando para produzir matérias acerca do que está acontecendo na Ilha e para organizar nossas galerias de fotos, com os devidos registros que fizemos desde o início dessa trajetória. Àqueles que leem nossos textos, agradecemos com alegria.

Equipe Foca Aí




sábado, 26 de outubro de 2013

Abertura da 8ª Aldeia Sesc Guajajaras: beleza, leveza e arte na Praia Grande

Cortejo artístico pelas ruas do Centro Histórico
Foto: Joelma Baldez
Artistas alegres e criativos espalharam músicas, cores e belos movimentos por ruas e becos do centro histórico de São Luís, no fim da tarde de ontem (25), atraindo a atenção de comerciários, estudantes e transeuntes. Foi assim a abertura da 8ª Aldeia Sesc, um evento que visa ao fomento e difusão de arte e cultura e à formação de público. 

Este é o primeiro ano em que o evento adota o nome Aldeia, o que lhe confere um sentido mais amplo e reafirma o papel exercido pelo Projeto na valorização de quem produz e no incentivo a quem consome bens artísticos e culturais. Neste aspecto, Aldeia corresponde à busca da construção de um diálogo entre as mostras selecionadas pelos Departamentos Regionais do Sesc e a produção local. 

A Praia Grande como palco das apresentações leva, para aquele espaço, beleza, leveza e arte, como afirma Carolina Aragão, técnica de cultura do Sesc. Isso não foi difícil de constatar quando o cortejo artístico, que partiu da Praça Deodoro, chegou à Praça Nauro Machado, local de shows com artistas locais e outros convidados. Coletivos de arte, grupos folclóricos e percussivos,  artistas circenses e companhias de dança  desceram a Rua Grande, passando pelo Largo do Carmo, Beco da Pacotilha, e encerraram o cortejo na Praia Grande, com boa recepção. O público que chegava para os shows se animaram com as primeiras apresentações: malabarismos, danças, batucadas. Mas foi  o tambor de Crioula do TSI Sesc e  o bumba-meu-boi Unidos de Santa Fé fizeram da praça um espaço ainda maior, quando todos se misturaram no mesmo ritmo e na mesma energia. 

descontração é um item que parece dar lugar, também, ao talento e ao conhecimento nessas atividades. Para Heliel Cardoso, estudante de Biblioteconomia, esse evento representa "um  tipo de ação social e também uma forma de divulgar a cultura dos artistas locais [...] e a gente sempre tem atrações que têm qualidade". Essa opinião é compartilhada por N. S., 14a., estudante de escola pública, que acompanhou o cortejo e considera importante participar desses eventos porque "é cultura de nosso país, que mais adiante nós vamos poder falar para nossos filhos".

8ª Aldeia Sesc Guajajaras de Arte acontece até o dia 1º de novembro e conta com uma programação diversificadas na área da música, do teatro, dança e artes visuais. Para maiores informações, acesse o site do Sesc-MA - http://www.sescma.com.br/ ou o blog http://aldeiasescguajajaradeartes.blogspot.com.br/









terça-feira, 15 de outubro de 2013

O professor, o livro, o estudante...

O homem nasce com visão, audição, olfato, tato e gustação. Mas não nasce completo. Falta a ele capacidade de ler e escrever como quem fala e escuta. É a professora que — como um deus — acrescenta ao homem esse sentido que o completa! Esse trecho de “Uma professora muito maluquinha”, do Ziraldo, traduz o sentimento de gratidão que muitos de nós temos pelas mulheres e pelos homens que ajudaram a semear em nossas mentes o valor do respeito, da cooperação, da estima pelo outro, da busca dos próprios caminhos. Esse sentimento de gratidão é que nos impulsiona para adiante, alimenta nosso desejo de fazer bem feito o que escolhemos para nossas vidas.
Há poucos dias, contamos com a presença de Lúcia Santaella, uma dessas mulheres que espalham boas sementes. Sua palestra, na 7ª FeliS, teve como título “O livro será eterno” e apontou para um futuro em que a relação livro/leitor será estruturada de múltiplas formas. Contaremos com muitos perfis de leitores e inúmeros formatos de leitura, mesmo que nossos olhos fiquem mais próximos das telas que das folhas de papel. Esse futuro se destacará pela chamada ubiquidade, ou seja, a qualidade de estarmos sempre conectados, estimulados por diversos sinais, por várias linguagens. O livro será outro e, ainda assim, fará parte de nossas vidas. E neste cenário, o professor, que também será outro, continuará a se fazer presente como o mediador, o orientador, o semeador.
O contato com as primeiras letras, a formação do gosto pela leitura e pela escrita, o cultivo de valores que um bom livro pode proporcionar são processos que deixam em todos nós boas e importantes lembranças, especialmente quando o professor é aquele que constrói sentidos de forma cooperativa com seus alunos, transformando-os assim, em estudantes. Quando temos a figura desse professor em nossas memórias não importa que as informações se avolumem que as mudanças sejam tão rápidas e que o mundo eletrônico seja tão desafiador. Saberemos que nos caminhos do saber, sempre tivemos um bom companheiro.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

150 anos de Catullo da Paixão "Maranhense"


Hoje é comemorado o 150º aniversário do compositor da famosa música “Luar do Sertão”, que, inclusive, foi um dos quatro homenageados da 7ª Feira do Livro de São Luís, ocorrida na última semana. Catullo da Paixão Cearense, apesar de cearense no nome, é, na verdade, maranhense, natural de São Luís. O pai de Catullo, Amâncio José da Paixão, chamado de “cearense” devido ao fato de ser natural do Ceará, resolveu registrar o filho com o sobrenome Paixão Cearense, por conta de sua já perpetuada alcunha. “E isso é o que faz a confusão de muita gente em pensar que ele é cearense”, conta Joaquim Santos, maestro da Orquestra de Câmara da Escola de Música do Estado do Maranhão (EMEM).

Nascido em 1863, no sobrado número 66 da Rua Grande, viveu na capital maranhense até os 10 anos de idade, quando seu pai decidiu retornar ao Ceará. Em 1880, aos 17 anos, mudou-se para a capital do Rio de Janeiro, onde, ao ter contato com outros músicos, aprendeu violão. Ali começou a fazer sucesso por ter sido ele um dos que começou a introduzir o violão nos salões da sociedade.

“O violão era um instrumento mal visto. Era um instrumento que pertencia a cachaceiros, a desocupados. Houve uma época em que, no Brasil, quem andasse com um violão era preso”, revela Joaquim.

Ele fez várias parcerias com compositores muito importantes da época. Ouvia as composições instrumentais dos grandes nomes da música de seu tempo, compositores esses que “a gente pode dizer que constituíram o início de uma identidade da música brasileira”, diz Joaquim, e compunha as letras. Ainda segundo o maestro, Catullo “fazia música também, mas ele era essencialmente letrista”.

Catullo teve participação na “definição do choro enquanto gênero musical genuinamente brasileiro, embora com influências europeias”, assegura Joaquim. Além disso, contribuiu com a modinha brasileira. “Ele deu outra dimensão à modinha, que é muito importante nesse período, e que existia desde o século XVIII através do grande compositor Domingos Caldas Barbosa – um compositor que, basicamente, definiu o estilo da modinha como um gênero brasileiro”, conta ele.

A obra de Catullo foi dividida em duas fases: a modinheira (1880-1910), como letrista de música popular, e a poética, iniciada em 1918, com a composição de poemas sertanejos. Autodidata, aprendeu português, matemática e francês. Traduzia poetas famosos como Lamartine. “Mas esses conhecimentos eruditos da literatura francesa não o transformaram em um poeta de maneirismo importado como era comum na sua época”, revela o maestro.

Os versos de Catullo valorizavam a forma de falar do caboclo. “Ele escrevia da maneira como o povo falava. Um tipo de linguagem tipicamente rural, com termos não só aqui do Maranhão, mas também de Pernambuco”, conta Joaquim. “É até um precursor do modernismo”, completa ele. Catullo, inclusive, foi classificado como “o maior criador de imagens da poesia brasileira” pelo renomado poeta Mário de Andrade (1893-1945), um dos fundadores da poesia moderna brasileira.

Esse estilo tão peculiar de escrita pode ser notado, por exemplo, em seu poema "A Flor do Maracujá".

A FLOR DO MARACUJÁ

Encontrando-me com um sertanejo 
Perto de um pé de maracujá 
Eu lhe perguntei: 
Diga-me caro sertanejo 
Porque razão nasce roxa 
A flor do maracujá? 

Ah, pois então eu lhi conto 
A estória que ouvi contá 
A razão pro que nasci roxa 
A flor do maracujá 

Maracujá já foi branco 
Eu posso inté lhe ajurá 
Mais branco qui caridadi 
Mais brando do que o luá 

Quando a flor brotava nele 
Lá pros cunfim do sertão 
Maracujá parecia 
Um ninho de argodão 

Mais um dia, há muito tempo 
Num meis que inté num mi alembro 
Si foi maio, si foi junho 
Si foi janero ou dezembro 

Nosso sinhô Jesus Cristo 
Foi condenado a morrer 
Numa cruis crucificado 
Longe daqui como o quê 

Pregaro cristo a martelo 
E ao vê tamanha crueza 
A natureza inteirinha 
Pois-se a chorá di tristeza 

Chorava us campu 
As foia, as ribera 
Sabiá também chorava 
Nos gaio a laranjera 

E havia junto da cruis 
Um pé de maracujá 
Carregadinho de flor 
Aos pé de nosso sinhô 

I o sangue de Jesus Cristo 
Sangui pisado de dô 
Nus pé du maracujá 
Tingia todas as flor 

Eis aqui seu moço 
A estoria que eu vi contá 
A razão proque nasce roxa 
A flor do maracujá. 

Citações
“Acompanhando-se ao violão e cantando uma das suas composições, Catullo é extraordinário, é arrebatador! Duvido que haja um coração insensível à sua arte. No seu gênero, foi o maior cantor do Brasil. Por isso, Olga Praguer, a grande cantora, considera-o 'o maior lírico e cantor popular'”. 
Maestro VILLA LOBOS. 
“Catullo Cearense é o mais brasileiro dos poetas do Brasil”. 
BELLO REDONDO, do Diário de Notícias, de Lisboa. 
“O Brasil contemporâneo, o Brasil intelectual, ainda não se deu ao trabalho de ler e meditar a obra de Catullo Cearense, desse formidável poeta regional, que pode muito bem ser incorporado aos grandes poetas da sua geração. Creio que o seu nome só terá o devido esplendor e será suficientemente grande, depois que a morte lhe fechar os olhos.” 
JULIO DANTAS.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Poesia ao som do Realejo no encerramento da 7ª FeliS

Jovem visitante declama poema distribuído pelo mímico.
Eco Final. Apalpa o silêncio / no primeiro instante / da madrugada / (súbito anoiteces / na eternidade). Poemas como esse, de Nauro Machado, puderam ser lidos em alto e bom tom por pessoas que visitaram a Praia Grande ontem, último dia da 7ª Feira do Livro de São Luís. Com um realejo e uma gaiola poética, o mímico Gilson César convidava os transeuntes para um momento de leitura, atraindo idosos, adultos, jovens e crianças.

O convite feito pelo mímico era aceito facilmente, tendo em vista o próprio poder da poesia, como explica a pedagoga Rose Frazão: “A poesia fomenta na pessoa a curiosidade e essa curiosidade faz com que você seja feliz, como a leitura do livro”.

Realizada desde o primeiro dia, Gilson esclarece que essa intervenção artística corresponde não só a uma ação de recepção no evento, mas também a uma estratégia de divulgação e valorização da literatura maranhense para todos que visitam a Feira. Ele revela que a inspiração veio de observações feitas em São Paulo, cidade onde morou: “Eu sempre olhava em São Paulo aqueles senhores com um realejo e um periquitinho dentro de uma gaiolinha pegando as mensagens. Aí eu tive a ideia de trazer o realejo pra divulgar poesia. Aí conversei com alguns poetas nossos, pedi textos, poemas. Aí nasceu”.

A ideia é promissora, se for levada em consideração a reação dos visitantes que se aproximavam, especialmente os mais jovens. Crianças e adolescentes, liam os poemas com sorrisos nos lábios e ainda faziam questão de um registro fotográfico com o artista. Para Bira do Pindaré, que parou para participar desse momento, a performance de Gilson é sempre inovadora, o que promove a interação. Entusiasmado, ele acrescenta: “Eu peguei a mensagem, eu li em voz alta, as pessoas em minha volta ouviram a mensagem, eu refleti sobre ela e eu vou carregar comigo a mensagem, no bolso, na cabeça e no coração. Então isso é criativo”.


Quem teve a oportunidade de conhecer esse trabalho levou consigo o encanto poético de autores locais, e quem ainda não teve pode continuar visitando a Praia Grande, onde eventos como a 7ª FeliS são realizados com a participação de artistas militantes de uma cultura rica e diversificada.

sábado, 5 de outubro de 2013

Patrono da 7ª FeliS, Nauro Machado, concede entrevista ao Foca aí!

“Livro, leitura e tecnologia”. Este é o tema da 7ª feira do livro de São Luís (FeliS), que acontece de 27 de Setembro à 06 de Outubro. Nesta edição, o evento foi realizado no bairro histórico da Praia Grande, um local com grandes atrativos; entre eles, o casario histórico, as ladeiras e os becos que serviram de inspiração para tantos poetas como Nauro Machado, patrono da FeliS e um dos maiores escritores maranhenses do século XX.

Em entrevista, o poeta e autor de mais de 40 obras nos revelou que aceitou ser o patrono da feira ao saber que esta seria realizada no bairro em que nasceu, que tanto ama e que passou bons momentos de sua vida. “Como partiu de tão boa vontade pelo novo presidente da Func, eu aceitei de bom grado por saber, em primeiro lugar, que a feira seria feita aqui na Praia Grande. Como a Praia Grande é o meu lugar predileto daqui de São Luis, inclusive nasci aqui na Praia Grande, sou frequentador daqui há mais de 60 anos [...] pra mim, está sendo muito feliz a feira realizada aqui e mais honroso ainda em ser o patrono”.

Segundo Nauro Machado, o tema da FeliS 2013 é muito recorrente no momento em que estamos vivendo, uma vez que as tecnologias são necessárias e notáveis, porém fazendo-se restrições. O escritor ainda argumenta que já se apropria de algumas inovações tecnológicas em seu trabalho. “Já me apropriei, acho louvável e acho também que devemos acompanhar nosso século, mas há um aproveitamento negativo, a pessoa perde a privacidade e essas outras coisas que a gente tem visto ultimamente”.

Para o autor, a FeliS é de grande importância para a população jovem da cidade, confessando que o estado deveria obrigar o ensino não somente do português, mas também de literatura. “Eu gostaria apenas que o estado e o município obrigasse, sobretudo a escola primária, o ensino não só do português mas do conhecimento literário, ainda que superficial; e das pessoas que fazem algo em prol da cultura maranhense. A cultura maranhense é sobretudo literária”, finaliza.

A 7ª Feira do Livro de São Luis ainda homenageou Aluísio Azevedo, Catulo da Paixão Cearense, Zelinda Lima e Salgado Maranhão.