Uma dançarina de quadrilha de São João Foto: Maurício D'Paula |
Se
o teatro abre as portas para a dança, a dança retribui a singeleza por meio do teatro-dança.
Este tem sido o ritmo da VIII Semana Maranhense de Dança. Para bailar e
enriquecer o repertório do evento, o Teatro Alcione Nazaré recebeu a dançarina
pernambucana Leila Nascimento, que apresentou o espetáculo “Calendário
Revirado”, um convite para os espectadores refletirem sobre suas próprias
histórias de vida.
Em
“Calendário Revirado”, a artista conta sua trajetória de vida na dança e os
caminhos trilhados pelos vários estilos, desde o balé clássico até o envolvimento
com danças populares, como, por exemplo, o frevo, maracatu, quadrilha de São
João. No espetáculo, a bailarina se perde na memória do tempo, fazendo um
“calendário revirado” de quem dedica a vida à arte. Os anos se passam e a cada
dia a personagem se torna mais madura. Os reflexos da vida pessoal se misturam
com a arte de dançar e, em alguns momentos, a tensão aumenta, por exemplo,
quando ela é impedida pelo namorado de dançar quadrilha. Impulsionada pela
força maior da dança, acaba contrariando-o e integrando-se ao grupo; o sucesso
foi tanto que no ano seguinte a menina que outrora era impedida de dançar se
torna a noiva da quadrilha.
Nesse
espetáculo é plausível a influência do teatro na construção da narrativa. Os
elementos teatrais se revelam por meio da cenografia - uma mala com roupas, uma
vassoura, cartazes, etc -, falas e a própria diversidade de identidades que uma
única personagem apresenta no mesmo espetáculo.
Ao
fim, percebe-se que o que passou ainda se faz presente, seja pela memória
afetiva, pelas superações, pelos ensinamentos ou mesmo seja pelos momentos de
angústias, que fazem de uma pessoa que se doou à dança uma artista madura e bem
sucedida.
A magia da menina bailarina Foto: Maurício D'Paula |
Movimentos da dançarina adulta que se doou à arte Foto: Maurício D'Paula |
Além
de espetáculos primorosos, a VIII Semana Maranhense de Dança tem sido um
sucesso de público, reafirmando o grande interesse da população maranhense por
essa arte. Jarvisson Dias é um dos maranhenses apaixonado pela arte de dançar e
tem acompanhado de perto cada espetáculo. Para ele, a inovação é a principal
atração: “a semana de dança me atrai pelo
fato de sempre ter novidades, algo de diferente, inovador. Pra mim a semana de
dança é uma terapia, onde consigo dançar, relaxar e esquecer dos problemas que
tentam me impedir a continuar dançando”. A VIII Semana Maranhense de Dança
segue até o dia 31 de agosto, com programação nos teatros Arthur Azevedo, João
do Vale, Alcione Nazaré e com intervenções artísticas na Praia Grande.
Escrito por Maurício D'Paula, da Redação do Foca Aí
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