sexta-feira, 29 de agosto de 2014

DANÇA E TEATRO: diálogos possíveis

Uma dançarina de quadrilha de São João
Foto: Maurício D'Paula
Se o teatro abre as portas para a dança, a dança retribui a singeleza por meio do teatro-dança. Este tem sido o ritmo da VIII Semana Maranhense de Dança. Para bailar e enriquecer o repertório do evento, o Teatro Alcione Nazaré recebeu a dançarina pernambucana Leila Nascimento, que apresentou o espetáculo “Calendário Revirado”, um convite para os espectadores refletirem sobre suas próprias histórias de vida.
Em “Calendário Revirado”, a artista conta sua trajetória de vida na dança e os caminhos trilhados pelos vários estilos, desde o balé clássico até o envolvimento com danças populares, como, por exemplo, o frevo, maracatu, quadrilha de São João. No espetáculo, a bailarina se perde na memória do tempo, fazendo um “calendário revirado” de quem dedica a vida à arte. Os anos se passam e a cada dia a personagem se torna mais madura. Os reflexos da vida pessoal se misturam com a arte de dançar e, em alguns momentos, a tensão aumenta, por exemplo, quando ela é impedida pelo namorado de dançar quadrilha. Impulsionada pela força maior da dança, acaba contrariando-o e integrando-se ao grupo; o sucesso foi tanto que no ano seguinte a menina que outrora era impedida de dançar se torna a noiva da quadrilha.
Nesse espetáculo é plausível a influência do teatro na construção da narrativa. Os elementos teatrais se revelam por meio da cenografia - uma mala com roupas, uma vassoura, cartazes, etc -, falas e a própria diversidade de identidades que uma única personagem apresenta no mesmo espetáculo.
Ao fim, percebe-se que o que passou ainda se faz presente, seja pela memória afetiva, pelas superações, pelos ensinamentos ou mesmo seja pelos momentos de angústias, que fazem de uma pessoa que se doou à dança uma artista madura e bem sucedida.

A magia da menina bailarina
Foto: Maurício D'Paula
Movimentos da dançarina adulta que se doou à arte
Foto: Maurício D'Paula
Além de espetáculos primorosos, a VIII Semana Maranhense de Dança tem sido um sucesso de público, reafirmando o grande interesse da população maranhense por essa arte. Jarvisson Dias é um dos maranhenses apaixonado pela arte de dançar e tem acompanhado de perto cada espetáculo. Para ele, a inovação é a principal atração: “a semana de dança me atrai pelo fato de sempre ter novidades, algo de diferente, inovador. Pra mim a semana de dança é uma terapia, onde consigo dançar, relaxar e esquecer dos problemas que tentam me impedir a continuar dançando”. A VIII Semana Maranhense de Dança segue até o dia 31 de agosto, com programação nos teatros Arthur Azevedo, João do Vale, Alcione Nazaré e com intervenções artísticas na Praia Grande.















Escrito por Maurício D'Paula, da Redação do Foca Aí

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