domingo, 24 de agosto de 2014

Xangai e João Pedro Borges: shows que promovem encontro de gerações, com notas musicais a gosto


O papel da música é esse, resgatar a paz interior, resgatar o gosto pela arte; quem ama a arte não violenta, quem ama a arte trabalha por uma causa (Rose Mary Fontoura).

A frase da Professora de Piano, Rose Mary Fontoura, dita em ocasião das comemorações de Aniversário de 40 anos da Escola de Música do Maranhão, é daquelas que faz eco em nossa mente, como as palavras de uma fada madrinha que anuncia bênçãos do destino em um período de caos. Acreditar na transformação do ser humano, na mobilização de seus sentimentos mais elevados por meio da arte exige um vivenciar de experiências inspiradoras. E isso a gente pode obter, compartilhando conhecimentos, estabelecendo trocas, atentando para o que nos é oferecido, em vários cantos de nossa Ilha...

Alguns ambientes de São Luís vêm sendo invadidos pela música, neste mês de agosto, com a magia necessária para encantar novos espíritos. Os teatros Arthur Azevedo e João do Vale tiveram que reservar seus palcos, na última semana, para a beleza produzida pelo baiano Xangai, com o show beneficente promovido pela CEBUDV – “Xangai canta Elomar”, e pelo maranhense João Pedro Borges, com “Brasileiro” – um show musical que fez parte de mais uma edição do SESC Amazônia das Artes. Com essa invasão, a música oportunizou um encontro de gerações para os músicos nordestinos de almas universais e promoveu momentos de paz para o público ludovicense em meio ao caos de nossos tempos.

Dois jovens, em uma noite de terça-feira, trabalharam ao lado de Xangai pela aproximação entre o público e a alma nordestina, por meio de histórias cantadas pela voz do mestre. O flautista baiano João Liberato e o violonista sergipano Ricardo Vieira, além de fazerem a abertura do concerto, como prefere chamar o contador de histórias, colaboraram para que os causos que envolvem inquietações, costumes e valores humanos, ambientada no universo sertanejo, fossem assimilados com encantos pelo público ludovicense. Os instrumentistas reverenciaram o mestre e ainda arrancaram manifestações de reconhecimento. Mas um nome maranhense também se destacou nos agradecimentos de Xangai, o do violonista João Pedro Borges, que prestigiava o evento naquela noite, mas que, no sábado, também vivenciaria, no palco de outro teatro, um encontro musical.

No sábado, o público foi convidado para um passeio pela música brasileira, contando com a postura didática e simpática do João Pedro Borges. Uma oportunidade para ouvir peças que representaram uma diversidade de gêneros, como choro, valsa, bossa nova. Uma oportunidade para nosso instrumentista nos apresentar Josué Costa, um jovem violonista piauiense, que apresentou o show “Luando”, sem abrir mão de fazer um gentil papel de anfitrião: tocar junto. Uma oportunidade para vermos a demonstração da elegância de um mestre que reconhece o talento das novas gerações. Foi um encontro em que João Pedro Borges foi reverenciado pelo jovem violonista, que o vê como ícone da história do violão brasileiro e patrimônio maranhense.

O que há de comum entre todos esses músicos nordestinos? Para além de suas origens, eles tornam a regionalidade a marca que aparece na execução das peças e nos momentos de interação com o público. Convocam esse público para realização da troca necessária e transformadora, da experiência artística que produz conhecimento, neste caso, a partir do ouvir atento. Fazem, implicitamente, o convite para a exploração do espaço em que se vive, que conta histórias, que testemunham as experiências coletivas. São chamados inspiradores para ocuparmos com maestria os diversos cantos de nossa Ilha, especialmente aqueles que tanto divulgamos para os visitantes. Talvez seja a hora de nossos encartes turísticos apresentarem outros convites aos que ainda não a conhecem: Visite São Luís, venha ouvir os artistas que vivem e produzem sua arte aqui ou Venha ouvir os artistas que se apaixonam por nossa cidade, em um ambiente que é só nosso, e está pronto para também ser seu.

Escrito por Joelma Baldez, da Redação do Foca Aí
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