O papel da música é esse, resgatar a paz interior,
resgatar o gosto pela arte; quem ama a arte não violenta, quem ama a arte
trabalha por uma causa (Rose Mary Fontoura).
A frase da Professora de
Piano, Rose Mary Fontoura, dita em ocasião das comemorações de Aniversário de
40 anos da Escola de Música do Maranhão, é daquelas que faz eco em nossa mente,
como as palavras de uma fada madrinha que anuncia bênçãos do destino em um
período de caos. Acreditar na transformação do ser humano, na mobilização de
seus sentimentos mais elevados por meio da arte exige um vivenciar de experiências
inspiradoras. E isso a gente pode obter, compartilhando conhecimentos, estabelecendo
trocas, atentando para o que nos é oferecido, em vários cantos de nossa Ilha...
Alguns ambientes de São
Luís vêm sendo invadidos pela música, neste mês de agosto, com a magia
necessária para encantar novos espíritos. Os teatros Arthur Azevedo e João do
Vale tiveram que reservar seus palcos, na última semana, para a beleza
produzida pelo baiano Xangai, com o show beneficente promovido pela CEBUDV – “Xangai
canta Elomar”, e pelo maranhense João Pedro Borges, com “Brasileiro” – um show
musical que fez parte de mais uma edição do SESC Amazônia das Artes. Com essa
invasão, a música oportunizou um encontro de gerações para os músicos
nordestinos de almas universais e promoveu momentos de paz para o público
ludovicense em meio ao caos de nossos tempos.
Dois jovens, em uma
noite de terça-feira, trabalharam ao lado de Xangai pela aproximação entre o
público e a alma nordestina, por meio de histórias cantadas pela voz do mestre.
O flautista baiano João Liberato e o violonista sergipano Ricardo Vieira, além
de fazerem a abertura do concerto, como prefere chamar o contador de histórias, colaboraram para que os causos que envolvem
inquietações, costumes e valores humanos, ambientada no universo sertanejo,
fossem assimilados com encantos pelo público ludovicense. Os instrumentistas
reverenciaram o mestre e ainda arrancaram manifestações de reconhecimento. Mas
um nome maranhense também se destacou nos agradecimentos de Xangai, o do
violonista João Pedro Borges, que prestigiava o evento naquela noite, mas que,
no sábado, também vivenciaria, no palco de outro teatro, um encontro musical.
No sábado, o público foi
convidado para um passeio pela música brasileira, contando com a postura
didática e simpática do João Pedro Borges. Uma oportunidade para ouvir peças
que representaram uma diversidade de gêneros, como choro, valsa, bossa nova. Uma
oportunidade para nosso instrumentista nos apresentar Josué Costa, um jovem
violonista piauiense, que apresentou o show “Luando”, sem abrir mão de fazer um
gentil papel de anfitrião: tocar junto. Uma oportunidade para vermos a demonstração
da elegância de um mestre que reconhece o talento das novas gerações. Foi um
encontro em que João Pedro Borges foi reverenciado pelo jovem violonista, que o
vê como ícone da história do violão brasileiro e patrimônio maranhense.
O que há de comum entre
todos esses músicos nordestinos? Para além de suas origens, eles tornam a
regionalidade a marca que aparece na execução das peças e nos momentos de
interação com o público. Convocam esse público para realização da troca
necessária e transformadora, da experiência artística que produz conhecimento,
neste caso, a partir do ouvir atento. Fazem, implicitamente, o convite para a
exploração do espaço em que se vive, que conta histórias, que testemunham as
experiências coletivas. São chamados inspiradores para ocuparmos com maestria
os diversos cantos de nossa Ilha, especialmente aqueles que tanto divulgamos
para os visitantes. Talvez seja a hora de nossos encartes turísticos
apresentarem outros convites aos que ainda não a conhecem: Visite São Luís, venha ouvir os artistas que vivem e produzem sua arte
aqui ou Venha ouvir os artistas que
se apaixonam por nossa cidade, em um ambiente que é só nosso, e está pronto
para também ser seu.
Escrito por Joelma Baldez, da Redação do Foca Aí
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Escrito por Joelma Baldez, da Redação do Foca Aí
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