sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A impressão digital do “Lençóis Jazz e Blues Festival”

*Matéria revisada e atualizada em 16 de agosto de 2014, às 12h18. 

Uma vitrine cultural, que chegou a sua 6ª edição, ocupou alguns espaços da cidade de Barreirinhas, um santuário ecológico, e de São Luís, na Ilha do Amor, com atrações que seduziram, emocionaram e conquistaram o coração do público.
Praça Maria Aragão atrai milhares de pessoas que atendem ao convite
do VI Lençóis Jazz e Blues Festival

Música, ecoturismo e responsabilidade social constituem o tripé do Lençóis Jazz e Blues Festival, que já faz parte do calendário musical do país e também tem deixado sua marca no estado. Ao longo das seis edições que realizou, o evento tem alcançado público e visibilidade crescentes, promovendo um intercâmbio entre artistas locais, nacionais e internacionais. Barreirinhas e São Luís, novamente, foram anfitriãs de mais uma edição da vitrine cultural que reuniu 11 mil pessoas nos dois primeiros fins de semana do mês de agosto.
De acordo com os organizadores, o sucesso do Festival é determinado por vários fatores, como “persistência no trabalho e bom relacionamento da equipe”, “alcance de mídia” e “valorização de ritmos maranhenses”. Idealizado por Tutuca Viana, o evento tem conquistado artistas e amantes da música tanto pela natureza da proposta quanto pelo estilo de trabalho. Deste modo, várias empresas no Maranhão já firmaram parcerias com o “Lençóis Jazz e Blues” reconhecendo sua importância, em face de sua impressão digital.
A organização do Lençós Jazz e Blues, representada por Ivaldo Guimarães, 
recebe a equipe do Foca Aí e diz que a proximidade que o evento estabelece 
com o público já constitui uma impressão digital.
O sonho de realizar edições abertas ao público foi acalentado desde a primeira edição, em 2009, sendo concretizado em 2013, com o patrocínio da CEMAR, viabilizado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e com o apoio das prefeituras das cidades cenário, e também com a iniciativa privada, especialmente a rede hoteleira de Barreirinhas. Mas, neste ano de 2014, os organizadores puderam oferecer um pouco mais. 
Ivaldo Guimarães, um dos organizadores, esclarece vários pontos sobre a impressão digital do projeto. Ele enfatiza que tanto os que programam quanto os que se apresentam no evento buscam maior aproximação com o público. Nas duas cidades anfitriãs, foram realizadas atividades diurnas, sugerindo que a programação é pensada para toda a família. Isso, além de agradar, seduz espectadores para os shows, com um feedback positivo. Ao falar desse feedback, Ivaldo entusiasma-se: “eu noto que o público do Festival, do ‘Lençóis Jazz e Blues Festival’ é um público que torce a favor, eles querem ver o time ganhar”.
Trabalho do caricaturista Nuna Neto realizado durante vários momentos do Festival, 
em Barreirinhas e projetado durante os shows






Gilson César  na pele do palhaço que encantou crianças e comoveu a todos .
A abertura do Festival foi realizada no coreto da praça da Igreja Nossa Senhora da Conceição e contou com a apresentação de alunos da Escola de Música de Barreirinhas. Lá, além de oficinas de música, a programação contemplou múltiplas linguagens. O caricaturista Nuna Neto fez desenhos de pessoas que acompanhavam as atividades, os quais foram projetados nos momentos dos shows. O artista cênico Gilson César encantou, principalmente as crianças, com seu show de mímica e mágica. O grupo capixaba, “MB Trio” e o maranhense “Bossa Nossa”, assim como o violonistas João Pedro Borges. também maranhense, se apresentaram no coreto da Praça da Igreja Matriz. Logo depois, o violinista maranhense e o instrumentista cearense Manassés de Sousa participaram de uma conversa com o público, denominada “Papo de Músico”.
Jeferson Gonçalves fala aos jovens sobre o sonho que alimentou com a música
e do amor pelo que faz 
Em São Luís, no primeiro dia do evento, Jeferson Gonçalves ministrou uma oficina de gaita para um pouco mais de 100 estudantes, que estiveram no auditório da Escola de Música do Maranhão (EMEM). Foi um bate-papo que promoveu uma manhã interativa, não apenas pela história do instrumento que o músico abordou, ou pela demonstração de sons que várias técnicas permitem produzir. O instrumentista foi além, compartilhando suas experiências e convicções: “Na verdade, acreditem no sonho de vocês [...] eu estou aqui hoje porque eu acreditei no meu sonho, e este festival hoje é o sexto, está na sexta edição, porque um maluco acreditou no sonho dele também”.
As atividades voltadas para os mais jovens mobilizaram sentimentos nas duas cidades. Em Barreirinhas, segundo os organizadores, a oportunidade de ver um palhaço pela primeira vez comoveu uma criança de seis anos, que “chorou e fez todo mundo chorar”. Aqui em São Luís, estudantes como Vanessa Drummond consideraram motivadora a oficina de gaita. Vanessa avalia: “foi bem interessante, ele tá incentivando a gente a aprender mais sobre a música e [incentivando também] quem quer seguir a carreira musical”.
Para os educadores que também assistiram às oficinas, a palavra de destaque no Festival é “oportunidade”. Ana Júlia, professora de Filosofia da rede estadual, é categórica: “se o jovem tem a oportunidade de participar de eventos culturais, engrandece, a educação se engrandece com isso”. Já Zélia Mathias, professora da EMEM, enfatiza que a realização do festival possibilita aos maranhenses vivenciar outras experiências musicais, tendo em vista que o Jazz, no próprio contexto de formação da Escola de Música, ainda está pouco a pouco conquistando seu espaço.
A atmosfera de intimidade com o público também contagiou as noites de shows, nas duas cidades, promovendo o diálogo entre diversos ritmos e demonstrando que formação de plateias não se limita a atividades específicas.



Cluster Sisters se encantam com a musicalidade da Jamaica brasileira.
Yilian Canizares, a cubana que interagiu com artistas e espectadores maranhenses


















Escrito por Joelma Baldez, da Redação Foca Aí.
Colaboração: Canal Granulado.

*O blog Foca Aí errou quando afirmou que o Festival contou com patrocínio da CEMAR a partir deste ano (conferir atualização). Revisou também a fala de um dos entrevistados acerca ensino do Jazz na EMEM, no sentido de evitar interpretações dúbias.

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