A VIII Semana
Maranhense de Dança voltou a movimentar a cidade de São Luís. Com espetáculos acontecendo nos três principais teatros da cidade, o Arthur
Azevedo, o João do Vale e o Alcione Nazaré, artistas
locais têm participado de apresentações competitivas nas categorias solo masculino e solo
feminino. Além disso, o público tem contado com espetáculos de arte-educação e oficinas com nomes locais e nacionais. E a apresentação principal ficou por conta do Grupo Experimental, de Pernambuco, com o espetáculo
“Compartilhados”.
Na categoria
arte-educação, companhias de dança já conhecidas, como o Balé Gil Sodré e a
Companhia de Dança Primavera, além de dançarinos independentes, tiveram a
oportunidade de exibir os trabalhos desenvolvidos no Maranhão, mostrando que o
estado não está atrás de nenhum outro quando o assunto é dança. Do balé ao
hip-hop, as mostras competitivas revelaram a diversidade de estilos que estão
sendo desenvolvidos na região Metropolitana de São Luís. Fora o momento de
entretenimento e prazer propiciado por espetáculos de beleza perspicaz, são
abordados assuntos como o uso de drogas, romances, amores, etc, e instigando os
espectadores a reflexões.
No palco do Teatro
Arthur Azevedo, o dançarino, diretor, coreógrafo e presidente da Focus
Companhia de Dança (RJ), Alex Neoral, conversou com os espectadores sobre sua
carreira, sobre os espetáculos “As canções que você dançou pra mim” e “3 pontos
...” (apresentadas no início da semana de dança), destacando aspectos como inspirações,
origem dos ideias coreográficas e desafios de captação de recursos. Segundo
Alex, ainda existem grandes desafios financeiros para a produção de shows,
visto que as políticas públicas ainda não conseguem abranger as inúmeras companhias
de danças existentes. Neoral destacou também a complexidade das coreografias,
que, a cada dia, exigem mais técnicas e maior diálogo com outras artes, como o
Teatro. Sobre seu envolvimento com a dança, já são vinte anos de dedicação dos
quais ele descreve: “A dança é tudo em minha vida. Sem ela eu morro!”. A
expectadora Socorro Costa falou acerca do debate: “sobre a criação do
espetáculo "As canções que você dançou pra mim" em que o Alex Neoral
disse: "temos que celebrar o amor, porque este mundo precisa" fiquei
com isso na cabeça, depois percebi que nunca se falou tanto de amor e pouco se
buscou viver, daí percebi que um mundo que descarta as experiências de amor é
declarar a morte prematura de outras gerações. Sem amor é impossível mudar o
mundo!”.
Também no palco do
Arthur Azevedo, o Grupo Experimental (PE) mostrou um trecho da trilogia
“Ilhados”, onde é destacado as percepções dos dançarinos a partir de uma
experiência vivenciada na ilha de Fernando de Noronha. Na narrativa, os
movimentos revelavam o modo de vida dos moradores daquela região, seus hábitos
e costumes. Com uma proposta de cunho social, “Compartilhados” engendrou
reflexões sobre poluição de praias, violência contra mulher, etc, envolvendo
dança e teatro. Com o uso de projetor gerando imagens na plateia, o espetáculo
conseguiu envolver de maneira sutil os apreciadores, possibilitando que o sentimento se tornasse parte integrante do espetáculo.
A VIII Semana de dança
segue até domingo, dia 31 de agosto, com vasta programação. Os ingressos podem ser adquiridos
gratuitamente nas bilheterias dos teatros, e os interessados podem doar um
quilo de alimento não perecível nos locais.
Escrito por Maurício D'Paula, da Redação do Foca Aí.
Confira a programação completa dos próximos dias: http://kamaleao.com/saoluis/4455/semana-maranhense-de-dancaEscrito por Maurício D'Paula, da Redação do Foca Aí.
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