quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ENTRE NESSA DANÇA


A VIII Semana Maranhense de Dança voltou a movimentar a cidade de São Luís. Com espetáculos acontecendo nos três principais teatros da cidade, o Arthur Azevedo, o João do Vale e o Alcione Nazaré, artistas locais têm participado de apresentações competitivas nas categorias solo masculino e solo feminino. Além disso, o público tem contado com espetáculos de arte-educação e oficinas com nomes locais e nacionais. E a apresentação principal ficou por conta do Grupo Experimental, de Pernambuco, com o espetáculo “Compartilhados”.
Na categoria arte-educação, companhias de dança já conhecidas, como o Balé Gil Sodré e a Companhia de Dança Primavera, além de dançarinos independentes, tiveram a oportunidade de exibir os trabalhos desenvolvidos no Maranhão, mostrando que o estado não está atrás de nenhum outro quando o assunto é dança. Do balé ao hip-hop, as mostras competitivas revelaram a diversidade de estilos que estão sendo desenvolvidos na região Metropolitana de São Luís. Fora o momento de entretenimento e prazer propiciado por espetáculos de beleza perspicaz, são abordados assuntos como o uso de drogas, romances, amores, etc, e instigando os espectadores a reflexões.
No palco do Teatro Arthur Azevedo, o dançarino, diretor, coreógrafo e presidente da Focus Companhia de Dança (RJ), Alex Neoral, conversou com os espectadores sobre sua carreira, sobre os espetáculos “As canções que você dançou pra mim” e “3 pontos ...” (apresentadas no início da semana de dança), destacando aspectos como inspirações, origem dos ideias coreográficas e desafios de captação de recursos. Segundo Alex, ainda existem grandes desafios financeiros para a produção de shows, visto que as políticas públicas ainda não conseguem abranger as inúmeras companhias de danças existentes. Neoral destacou também a complexidade das coreografias, que, a cada dia, exigem mais técnicas e maior diálogo com outras artes, como o Teatro. Sobre seu envolvimento com a dança, já são vinte anos de dedicação dos quais ele descreve: “A dança é tudo em minha vida. Sem ela eu morro!”. A expectadora Socorro Costa falou acerca do debate: sobre a criação do espetáculo "As canções que você dançou pra mim" em que o Alex Neoral disse: "temos que celebrar o amor, porque este mundo precisa" fiquei com isso na cabeça, depois percebi que nunca se falou tanto de amor e pouco se buscou viver, daí percebi que um mundo que descarta as experiências de amor é declarar a morte prematura de outras gerações. Sem amor é impossível mudar o mundo!”.
Também no palco do Arthur Azevedo, o Grupo Experimental (PE) mostrou um trecho da trilogia “Ilhados”, onde é destacado as percepções dos dançarinos a partir de uma experiência vivenciada na ilha de Fernando de Noronha. Na narrativa, os movimentos revelavam o modo de vida dos moradores daquela região, seus hábitos e costumes. Com uma proposta de cunho social, “Compartilhados” engendrou reflexões sobre poluição de praias, violência contra mulher, etc, envolvendo dança e teatro. Com o uso de projetor gerando imagens na plateia, o espetáculo conseguiu envolver de maneira sutil os apreciadores, possibilitando que o sentimento se tornasse parte integrante do espetáculo.


A VIII Semana de dança segue até domingo, dia 31 de agosto, com vasta programação. Os ingressos podem ser adquiridos gratuitamente nas bilheterias dos teatros, e os interessados podem doar um quilo de alimento não perecível nos locais.

Escrito por Maurício D'Paula, da Redação do Foca Aí.

Confira a programação completa dos próximos dias: http://kamaleao.com/saoluis/4455/semana-maranhense-de-danca


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