quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Artista plástico estreia em exposição aos 63 anos de idade

O artista plástico João da Mata, aos 63 anos, realiza sua primeira exposição de arte, na Galeria Trapiche
Peças utilitárias: é permitido sentar sobre as obras de arte.
“Não toque nas obras”. Essa é a orientação que, muitas vezes, lemos nas plaquinhas de muitas exposições de arte no Brasil afora. Mas não nessa exposição. Lá, não só é permitido tocar nos objetos, como também sentar-se sobre eles.

Sente-se: arte e design. Assim é intitulada a exposição do artista plástico maranhense João da Mata, que utiliza pedaços de madeira, que seriam descartados, para a produção de peças artísticas e utilitárias. “O nome é autoexplicativo”, conta Paulo Melo Sousa, diretor da Galeria Trapiche Santo Ângelo, local onde acontece a exposição. “Os objetos foram feitos para que as pessoas pudessem sentar, são bancos”, completa. Além disso, o artista produz outros tipos de móveis em madeira, como mesinhas, por exemplo.


Apesar de não possuir formação acadêmica, João da Mata impressiona pela criatividade com que produz suas peças. Para o diretor da galeria, “João da Mata é um artista intuitivo, é autodidata”. Segundo ele, o artista encontra a matéria-prima para seus objetos de arte nas praias, em oficinas de marcenaria, e até mesmo na rua. “São coisas descartáveis, e ele vai trabalhando com criatividade e vai criando esses objetos. [...] São móveis que são construídos a partir de material reciclado, de madeira reciclada que normalmente ele encontra jogada fora”.

No último dia 31, aconteceu a vernissage da mostra, que deve ficar em cartaz até o dia 22 deste mês. A visitação é gratuita e pode ser realizada de segunda a sexta, das 14h às 19h.

Galeria Trapiche Santo Ângelo?


É uma galeria de artes visuais, que fica localizada na Avenida Vitorino Freire, s/n, Praia Grande, em frente ao Terminal de Integração. “Essa galeria não é somente de artes plásticas, ela é de artes visuais. Aqui nós já realizamos eventos na parte de desenho e fotografia. Então ela é bastante ampliada”, explica o diretor da galeria.

Ainda segundo ele, em dezembro terá início o IV Salão de Artes de São Luís, que deverá acontecer até fevereiro do ano que vem. “De fevereiro em diante, praticamente, as pautas de 2014 já estão quase esgotadas, porque até agosto nós temos exposição já agendada e, logo em seguida, já vai entrar novamente o Salão [de Artes] do ano que vem. Então nós vamos ter ainda uns dois meses como pautas livres para exposições”.

Paulo Melo revela que toda essa visibilidade e credibilidade foram conquistadas graças ao diálogo estabelecido entre a Galeria e os artistas maranhenses, abrindo espaço para todos “indiscriminadamente, sobretudo aos mais novos, e ainda aqueles que não expuseram anteriormente”. Tudo isso ajudou a construir a boa imagem da Galeria junto à classe artística.

“A gente tá aqui justamente com a missão de abrir esse espaço para os artistas, porque entendemos que esse é um espaço público que é mantido com dinheiro da população a partir de impostos”, assegura Paulo.

"Existimos de fato, mas não de direito", diz o diretor da Galeria.
Apesar da sua notabilidade e importância para o segmento cultural maranhense, a Galeria ainda não é pessoa jurídica. Ela está vinculada à Fundação Municipal de Cultura (Func), informalmente, e o prédio pertence à Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (SEMCAS).

“Existe um projeto de transformar a Fundação Municipal de Cultura em Secretaria de Cultura e, no momento em que isso acontecer, que nós não sabemos quando, é que a Galeria vai se tornar uma unidade da Secretaria de Cultura e, portanto, poder, talvez, ter uma personalidade jurídica e conseguir desenvolver projetos para captação de recursos”, revela o diretor. Por enquanto, a Galeria vem se mantendo com a colaboração dos artistas e da iniciativa pública municipal.

Escrito por: Juliana Vieira, da Redação Foca aí!

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