Vista do rio Preguiças, nas proximidades do povoado Tapúio, em Barreirinhas - MA
Imagine só a cena: você em um povoado da cidade de Barreirinhas (MA), à beira do rio Preguiças curtindo sua preguiça, distante da correria e da barulheira estressante dos centros urbanos... Ô vidão! Só que não! O que você não esperava é que encontraria um som bem alto tocando <ironia> só as melhores </ironia> bem no pé do ouvido! Foi o que aconteceu comigo no último feriado, o da Semana Santa.
Estive em Barreirinhas com alguns amigos, mas especificamente no povoado Tapúio. Ficamos na casa de conhecidos que moram à beira do rio Preguiças, uma maravilha! Passávamos a maior parte do tempo de molho no rio. Não fizemos os convencionais passeios realizados na cidade, pois o dinheiro estava curto. Então nos restava aproveitar o feriadão apenas para relaxar e curtir o contato com a natureza. Mas não contávamos com uma surpresinha... Como a casa em que nos instalamos fica bem próxima a um restaurante, lanchas voadeiras atracavam ali aos montes! E todas elas tocavam música alta - muito alta! Parecia haver ali uma competição velada de qual lancha tocava a música com o volume mais alto! Começavam no meio da manhã e iam até à noite. Em um dos dias, inclusive, algumas seguiram com o som até a madrugada.
Quero aqui deixar claro que não tenho nada contra essa atividade. Pelo contrário, acho que seria uma prática até bem interessante, só escolheria um repertório musical menos bizarro e não faria uso de bebidas alcoólicas (que acho um desperdício de dinheiro e de tempo, pois penso ser muito mais produtivo e divertido aproveitar o dia com os amigos sem estar "sedado"). O que acho um absurdo é o desrespeito com os moradores, acostumados à vida tranquila e pacata do local. A percepção que se tem é que os visitantes simplesmente os ignoram, esquecem que ali moram pessoas que possuem os mesmos direitos que eles - mesmo que estas não possuam o mesmo poder aquisitivo.
Em conversa com a senhora muito simpática que nos recebeu em sua casa, amiga da família de um dos amigos que estava comigo, pude perceber a profunda insatisfação que ela sentia, desrespeitada por ver o seu espaço sendo invadido pelos "de fora". Lembro-me até de ouvi-la dizer que, se o contrário acontecesse, o final seria bem diferente; a polícia seria acionada e rapidamente resolveria o problema que inquietasse os abastados senhores, cheios de direitos.
Duas lanchas atracaram bem em frente da casa da senhora, bem próximo à entrada que liga a casa ao Rio. A senhora até chegou a conversar com um dos turistas para pedir que eles atracassem em outro local, mas foi prontamente rebatida com uma proposta financeira, afinal, dinheiro compra tudo, não é? Não. A prova viva disso são esses mesmos senhores, aparentemente com uma boa condição financeira, mas que não conseguiram comprar educação e empatia.
Escrito por: Juliana Vieira, da Redação Foca aí!
boa parte dos turistas detesta essa mesma música. Os turistas abastados normalmente moram em grandes centros urbanos. Quando vao para Barreirinhas, estao justamente procurando um deserto, um oásis, paz e silencio. Se quisessem ruído, teriam voado pra Las Vegas. A maioria das pessoas vai a uma agencia local, contrata um passeio e sao obrigados a escutar musica nordestina no caminho. Só seria pior se fosse um funk carioca, daí sim era melhor nem sair de casa.
ResponderExcluir