terça-feira, 3 de junho de 2014

"Cadê a fiscalização?"

Conhecido apenas como João Justus, um sócio de empresas de transporte de São Luís fala sobre a greve. Em São Luís desde 2009, ele decidiu investir no setor, com poucos meses de adaptação, dado o risco zero de falência. Assim, impôs, como única condição a seus sócios, a manutenção do anonimato. Segundo fontes sigilosas, ele é o principal responsável pelo impasse nas negociações. Essa nova personalidade do cenário ludovicense não fala de suas origens, mas concedeu uma entrevista exclusiva ao Foca Aí. 

Sr João Justus, antes de chegarmos ao ponto da greve, gostaríamos que o Sr avaliasse situação do transporte coletivo ofertado. Temos muitas reclamações da população acerca dos péssimos veículos que circulam pela cidade. Há motivos para tanta reclamação?
Nossa oferta é padrão FIFA. No míni... no máximo têm dez anos de us.. São modelos compactos, e-co-lo-gi-ca-men-te corretos e sem absorção de impacto. Nas paradas, depois de meia horinha no min.., no máximo, puxando conversa, comprando guloseimas com ambulantes ou se distraindo com o celular, os passageiros avistam o ônibus e correm, entram animados num jogo de empurra-empura para embarcar, sentar nas merecidas poltronas, e aproveitar a ventilação natural. Alguns que disputam o espaço para subir enquanto outros ainda tentam desembarcar. Isso é até compreensível, porque tem gente que demora muito pra tudo. Mas até os que seguem apertadinho junto à porta não se queixam, aproveitam o ronco do mot... se isolam do caos lá de fora e enfrentam o balanço pelas crateras da cidade. Ah, essas reclamações devem ser coisas de rede social, porque a rede social...

Nas redes sociais, é clara a insatisfação porque já chegamos ao 13º dia da greve dos rodoviários. Quais são os pontos que geram impasse na negociação? Os rodoviários estão exigindo o que é impossível conceder? Por quê?
Bem, insatisfação é um defeito que alguns têm em São Luís. Nesses dias, você vê que os rodoviários, eles, é... Pasmem! Eles é que resolveram deflagrar essa greve porque querem melhores salários, melhores condições de trabalho e blá blá blá... Ah é, demais! Eles afrontaram a Justiça, que determinou 75% da frota nas ruas para garantir lá pro cidadão o direito de ir e vir. Foram multados e aí decidiram por uma paralisação de 100%. Aí, mais multa! Nós estamos com problemas de receita, o mesmo alegou a administração municipal . Ainda bem que a Justiça trata os diferentes como diferentes, porque sobrevivemos da arrecadação pelos serviços públicos prestados. E os rodoviários são trabalhadores regidos pela CL...

Sim, os trabalhadores. Conforme seu ponto de vista, eles estão sendo intransigentes. Desse modo, qual é a contraproposta da classe patronal?
Primeiro a gente está esperando que a prefeitura volte atrás e conceda um aumento, assim de 40, 50 centavos na tarifa e eleve também o valor do subsídio fiscal, assim pra seis, cinco ou até quatro milhões. Com um auxílio que compense o que oferecemos, podemos fazer uma contraproposta, visto que o Sistema Integrado de Transportes implantado pela prefeitura, desde a década de 90, já garante a todos rodar pela ilha com uma passagem só. E o sistema de gratuidade tem muita fraude, o transporte clandestino só cresce e ainda tem as domingueiras. Eu pergunto: cadê a fiscalização?



Então, qual o peso da prefeitura nas negociações e o que ela poderia fazer para resolver a situação?
Como eu dizia, o sistema de gratui... Olha, tem muita gente usando e “conquistando” o benefício da carteira de idoso ou de portador de necessidades especiais, sem ter direito algum. Carteira de estudante, então... nem-se-fala. A prefeitura só “prometeu” combater essas ações tão... feias. Mas e os assaltos? Os assaltos cresceram junto com a onda de violência de ordem mundial, nacional, estadual, capital. Sabemos, porém, que um dos problemas que está piorando a segurança é que o Estado está mais rico. Em uma capital de um estado emergente, dá pra reajustar passagem, aumentar subsídio e pôr fim a prejuízos. Os nossos já são de R$ 7,4 milhões por mês. E também...

Todos esses problemas vêm sendo discutidos nas reuniões que tem envolvido os sindicatos a prefeitura e outras entidades. Mas elas terminam sem soluções, o que causa prejuízos também a passageiros, a outras empregados e empregadores, inclusive. Enfim, o que a classe tem a esclarecer sobre esse caos que muitos afirmam existir no sistema de transporte público, e que parece ter se evidenciado nesse momento?
Não somos nós que provocamos esse caos. Pelo contrário, controlamos a velocidade nas avenidas e valorizamos tanto o espírito competitivo quanto o calor humano dos passageiros. De quebra, eles ainda têm justificativas para seus atrasos: Tudo é culpa do engarrafamento! Só que existem os que preferem o “transporte clandestino”, nunca entendi o porquê. Quem presta este “serviço”, que vocês da imprensa chamam de “táxi-lotação”, atrapalha o fluxo, parando em qualquer lugar, não paga tributos... E a prefeitura ainda falha na fiscalização. Nessa greve, eles, assim como os donos de vans e moto-táxi, estão faturando muito... Isso é que é exploração! Por isso, os taxistas chamam mesmo é de “carro pirata”. Acho até que os taxistas têm dor de cotovelo porque o "carrinho" virou coisa popular nessa França Equinocial.


A Equipe Foca Aí agradece!

*Aentrevista ocorreu essa manhã, por volta das 8h, mas,  após receber um telefonema, nosso entrevistado anunciou que iria ter que interrompê-la,um para participar de uma reunião e voltaria a falar conosco por volta das 15h.

Confira a segunda parte da entrevista: ( "Decisão judicial se cumpre")


Esta é uma obra de ficcção, produzida a partir de dados extraídos de matérias radiofônicas e televisivas. Qualquer semelhança com alguma figura pública, ou abastada terá sido mera coincidência.

Escrito por: Joelma Baldez e Rildo Corrêa, da Redação



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